Capa do livro de poesias produzido pelos alunos dos primeiros anos C, D e E do Colégio Estadual Jandira Bretas Quinan situado na cidade de Vianópolis-GO.
O NOME DO LIVRO
O nome do livro "Quem disse que não somos poetas?" foi sugestão da coordenadora Maria Angélica Brito Caixeta e escolhido em votação, pelos alunos das três turmas, entre outros nomes sugeridos.
AS POESIAS CONCRETAS
Quando comecei a trabalhar poesia concreta, tive a ideia de usar alguns dos poemas dos alunos na arte da capa do livro. Por isso pedi que bolassem uma boa poesia concreta que além de ser publicada em seus livros também poderia ser escolhida, um poema de cada sala, para fazer parte da capa do nosso livro.
Então, depois dos alunos produzirem seus poemas concretos, foi realizado um concurso para escolher os melhores. Os classificados foram:
Beatriz Maria Moreira e Silva, do primeiro ano C
Thiago Cardoso Caixeta, do primeiro ano D
Géssica Carolina Barbosa de Sousa, do primeiro ano E
Mas, o que é poesia concreta?
POESIA CONCRETA
Em 1956, a Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada na cidade de São Paulo, lançou oficialmente o mais controverso movimento de poesia vanguardista brasileira: o concretismo*.
Criada por Décio Pignatari (1927), Haroldo de Campos (1929) e Augusto de Campos (1931), a poesia concreta era um ataque à produção poética da época, dominada pela geração de 1945, a quem os jovens paulistas acusavam de verbalismo, subjetivismo, falta de apuro e incapacidade de expressar a nova realidade gerada pela revolução industrial.
* Desde 1952, os jovens intelectuais paulistas vinham procurando um novo caminho através de uma revista chamada Noigandres, palavra tirada de um poema de Erza Pound e que não significa nada. "Todo o poema é uma aventura planificada"
Em síntese, os criadores do concretismo propugnavam um experimentalismo poético (planificado e racionalizado) que obedecia aos seguintes princípios:
- Abolição do verso tradicional, sobretudo através da eliminação dos laços sintáticos (preposições, conjunções, pronomes, etc.), gerando uma poesia objetiva, concreta, feita quase tão somente de substantivos e verbos;
- Um linguagem necessariamente sintética, dinâmica, homóloga à sociedade industrial (“A importância do olho na comunicação mais rápida... os anúncios luminosos, as histórias em quadrinhos, a necessidade do movimento....”);
- Utilização de paronomásias, neologismos, estrangeirismos; separação de prefixos e sufixos; repetição de certos morfemas; valorização da palavra solta (som, forma visual, carga semântica) que se fragmenta e recompõe na página;
- O poema transforma-se em objeto visual, valendo-se do espaço gráfico como agente estrutural: uso dos espaços brancos, de recursos tipográficos, etc.; em função disso o poema deverá ser simultaneamente lido e visto.